terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Texto Curto

 “Fiz esta carta mais longa do que o usual porque não tenho tempo para fazer uma mais curta.” 
[Blaise Pascal]

  O texto “Sem Filtro” foi escrito muito rápido.
  
  Durante uma caminhada lembrei da provocação da Nihil e decidi que o próximo texto seria escrito sem filtros.
   Só consegui ficar com a casa em silêncio quando minhas filhas desceram para o play ground, escrevi sem parar por algum tempo, não sei precisar quanto, minha mente perde a noção da hora nesses momentos.
   Geralmente escrevo com despertador do lado para não perder compromissos.
   Lembro que quando minhas filhas voltaram o texto já estava pronto, nem o título mudei, salvei no Word e publiquei pela manhã.

  Filtrar os pensamentos demora 3 vezes mais que escreve-los.

  Preciso torna-los inteligíveis, tenho que verificar se estou ofendendo ou prejudicando alguém, tento me contradizer usando a dialética …

  Aprecio o pensamento/texto bem conciso, objetivo.

  Não tenho vontade de escrever livros.
  Gosto mesmo é de textos não muito longos, iguais os que escrevo nesse blog.

  Certa vez escrevi um livro (não consegui publicar) foi trabalhoso, foi gostoso, mas é o tipo de experiência boa só da primeira vez, não gostaria de repetir.
   Hoje, se alguém se interessasse em publicar o que escrevo seria uma coletânea de textos.

  O texto é aquela refeição gostosa na medida certa.

  Frases e orações são muito curtas, é aquela deliciosa “batata frita” que deixa a desejar quanto aos nutrientes.

  Livros são muito longos, poucos são “feijoada”, a maioria é “feijãozada” 😄
 (Com muita água no feijão.)

  “O assunto mais importante do mundo pode ser simplificado até ao ponto em que todos possam apreciá-lo e compreendê-lo.
  Isso é, ou deveria ser, a mais elevada forma de arte.”
  [Charles Chaplin]

 Essa é a arte que eu persigo.


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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Amor vs Qualidade

  “Nunca amamos as pessoas.
   O que amamos são as suas qualidades.”
     [Blaise Pascal]

  Conheço tantas histórias de pessoas próximas onde essa “busca da qualidade” não é observável, mas não seria ético torna-las públicas.

  As pessoas se identificariam e ficaria tudo muito desagradável; vou manter todos os filtros e verificar se ainda sobra um texto aproveitável.

  Entendo ser atraído por qualidades.
  Não é que eu não gosto daquele colega menos favorecido pela inteligência, mas admiração mesmo tenho por aquela pessoa mais esperta, aquela mulher ou homem eficiente que faz a coisa acontecer.
  Para mim a inteligência é uma grande qualidade.

  Consigo admirar a inteligência mesmo quando ela é usada para o mal ou acabe me prejudicando.

  Nos filmes, quanto mais inteligente for o “bandido” mais inteligente tem que ser o mocinho, essa batalha de intelectos me atrai mais que corridas de carros ou explosões.
  Para mim efeitos especiais são até dispensáveis se não vierem bem amarrados no contexto.

   Ética, bom senso, empatia, honestidade ... são outras qualidades que admiro, por isso torço para o mocinho(a), por ter mais qualidades que o bandido.

  No mesmo plano de pensamento...
 
  Mulher quanto mais bonita, inteligente independente, ética ... mais eu admiro.

  Nos meus tempos de namoro já desisti de tornar mais séria uma relação porque apesar da beleza e simpatia a garota era uma mosca morta, não dava para me imaginar criando filhos com uma pessoa tão limitada.
  Nunca pretendi me casar para ficar carregando uma mulher nas costas.
  O casamento deveria ser uma divisão JUSTA de responsabilidades ou preferia não casar.

  Por vezes independe da vontade da pessoa, é a personalidade dela.
  Aquela mulher que não tem iniciativa pra nada ... não vai mudar magicamente depois do casamento.
  Mas isso não é necessariamente mal para qualidade de um casamento.
  Há inúmeros homens (talvez a maioria) que adoram ter uma companheira mais dependente.
  Tudo é uma questão de adaptação, achar a “personalidade” que se encaixa melhor a sua.


  Logo:

  Entendo o amor ocorrer naturalmente quando buscamos qualidade e/ou uma personalidade compatível a nossa.

  O que não entendo (mas observo e tenho que aceitar) é quando uma pessoa que admiro por suas qualidades se apaixona por alguém que não encontro qualidades!
  (Por favor, claro que todo mundo tem alguma qualidade, estou exagerando um pouco para tentar me fazer entender.)

  Perfeito ninguém é, até porque tem a questão do “gosto”.
  Se a moça gosta de homem bastante falante aquele mais silencioso perde pontos.
  Mas com aquela moça que gosta do homem mais reservado o silencioso ganha pontos.

  Vamos supor que o homem tem algumas falhas, mas compensa isso com uma qualidade excepcional, é muito rico, ou bonito, inteligente, simpático, enfim alguma qualidade cujo brilho ofusque seus defeitos.
  Só para ilustrar.
  O cidadão é meio relaxado na forma de se vestir, mas é bonito, cuida bem do corpo.
  O cidadão é meio “gastão”, mas tem boa renda, consegue ganhar mais do que gasta.
  O cidadão não é “bom de cama”, mas é um parceiro formidável/confiável em tudo mais.


  Entretanto...

  Quem não conhece aquele cara com muitos defeitos e pouquíssimas qualidades que a moça se apaixona perdidamente?

  Todo mundo se pergunta, o que ela viu nele?

  (Estou falando da minha posição de homem, mas claro que com mulheres é a mesma coisa, tem cara que se apaixona por mulheres pra lá de “complicadas”)

  Pessoas iguais eu e Pascal realmente nos apaixonamos pelas qualidades, mas nós não somos a medida de toda humanidade.

  “O amor tem razões que a própria razão desconhece.”

   Já vi colegas de quatro por mulheres que sinceramente dá vontade de dar uma marretada na cabeça dele para ver se acorda ou dorme de uma vez, o cara só pode estar com alguma alucinação, não é possível.

  Mas em termos de relacionamentos, no geral, as mulheres são mais “problemáticas” que os homens.
  Homens fazem muita besteira por causa de sexo, mulheres realmente se envolvem emocionalmente.

  Um exemplo fácil, bem visível e mensurável ...antes de me taxarem de machista.

  Sei que nosso sistema judiciário é problemático, mas acredito que 90% dos homens que estão presos realmente NÃO são flor que se cheire, alguma culpa no cartório tem.

  Um dos últimos lugares que eu iria procurar uma namorada seria no presidio.
  Se rolasse uma atração pela Internet e eu descobrisse que a mulher está presa a conversa até continuaria, mas relacionamento amoroso estaria praticamente descartado.
  (Claro que dependeria do delito e circunstancias.)

  Qualquer um que se interesse pelo assunto procure saber sobre a histeria das mulheres que se relacionam com presidiários, não dá para saber o que a mulher admira no cara.
  Geralmente apanha, não vê dinheiro, está sempre solitária (afinal o cara está preso), vida duríssima, dá dó das crianças.
  (Elas em geral tem filhos com eles, "visita intima".)



   O cara pode ter cometido a maior barbaridade, matado e estuprado como o "Maníaco do Parque" e mesmo assim a mulher o ama o considera um grande injustiçado, um cara que ainda vai mostrar para toda sociedade seu valor...

  Se realmente todos nós amassemos/buscássemos qualidade, o amor seria a coisa mais importante para humanidade, mas amamos pessoas e causas mesmo que elas não tenham qualidade.

  Há muitos “sofismas” sobre o amor.

 “SIGA SEU CORAÇÃO E TUDO DARÁ CERTO”.

  Se o amor procurasse a qualidade realmente quase tudo daria certo, escolheríamos parceiras eficientes e as desleixadas teriam que se aprimorar ou não casariam, não transmitiriam seus genes do desleixo.
  As mulheres se apaixonariam por homens decentes, trabalhadores, respeitadores, bons pais e maridos e os pouco civilizados seriam deixados de lado, não transmitiriam seus genes.
  Se o amor buscasse qualidade o crime (entre outras coisas) não compensaria.

  Se a mulher também é criminosa ... há interesses compatíveis.
  Se é honesta, trabalhadora, cumpridora da lei ... que tipo de qualidade busca em um marginal!?


   "A vendedora Janaína, 35, não se sente infeliz tendo uma relação amorosa com Pedro.
  Preso há três anos por roubo seguido de homicídio, ela resolveu começar a enviar cartas para ele até que um dia eles se apaixonaram.
  "Sabia que uma colega da igreja também se correspondia com um presidiário e resolvi que poderia trazer um pouco de conforto para uma pessoa que precisava de minha ajuda.
  Sou evangélica e acho que se ele se arrependeu, merece outra chance.
  Não tenho medo que ele faça tudo de novo.
  Ele aprendeu a lição e quer ser feliz ao meu lado."       




  O QUE LEVA UMA MULHER SE APAIXONAR POR UM SERIAL KILLER?
    Como explicar paixões como as que o assassino de Goiânia desperta, que desafiam a razão?



 A maioria das mulheres não podem responder pela ação de algumas.

 A maioria dos homens não podem responder pela ação de alguns.











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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Meu Obituário

   “É mais fácil suportar a morte sem pensar nela, que suportar o pensamento da morte.”
  [Blaise Pascal]

  Faz alguns anos estou meio "Dr. House", evito contatos pessoais.

  Apenas flutuo pelos planos de pensamento, algo mais no atacado e menos no varejo, mais coletivo menos individual.

  Quando eu investigava as mentes a minha volta uma pergunta básica era:

   O que você pensa da vida após a morte?

  Teorizo que o indivíduo vive muito em função do que acredita que irá acontecer quando morrer.
  Exemplo:
  A pessoa me diz que os bons irão para o céu e os maus para o inferno.
  A mente com essa crença/opinião tem preocupação em fazer o que é certo dentro dos parâmetros da sua religião, acredita que os olhos de Deus estão sempre sobre ela.
  Isso não quer dizer que ela sempre faça o que é correto, quer dizer que se ela fizer algo de errado eu posso apelar a sua CONSCIÊNCIA "religiosa".
  O indivíduo que não acredita em nada após a vida, não adianta eu apelar para consciência dele, tenho que lhe dar motivos para não fazer o que é errado.
  Um “prêmio ou punição” na terra mesmo.

  Isso é só um rascunho, uma linha geral da investigação, é evidente que esse processo tem inúmeras nuances.
  Usava muito isso para saber como agir e o que esperar de uma pessoa, colega, funcionário ou possível namorada.
  Hoje não ocupo cargo de comando, não estou em busca de amigos, sou casado, então esse tipo de análise pessoal perdeu a utilidade, sem utilidade perdeu muito do encanto.



  Então, falando no atacado...

  É preciso suportar pensar na morte.

  Pode ser mais fácil viver evitando esse assunto, mas não é eficiente.
  A “aposta” no que vai acontecer orienta sua vida ... ou deveria.

  Nas minhas analises encontrei muita gente mais perdida que cego em tiroteio.

  Que dizer de um pastor que usa drogas ou procura o serviço de prostitutas?

  O que dizer do padre pedófilo?

  O que dizer do ladrão que faz o sinal da cruz antes de sair para assaltar?

  O que eles pensam!?
  Existe o céu, existe o inferno, tem um Deus olhando tudo, mas bem no momento que estão fazendo algo condenável ... Deus não está vendo!?

    Tem gente que diz acreditar em Deus, tem essa “convicção”, mas age como se ele não existisse.

  Aquele político corrupto super religioso.

  Aquele péssimo patrão que não sai da igreja.

  O que dizer de um “crente fiel” que bate na esposa, espanca as crianças?

  De uma católica fervorosa que prega dar tudo aos pobres, mas tem dezenas de sapatos e o guarda roupa cheio de roupas que nem usa?

  Essas pessoas NÃO pensam na morte.
  Na pratica se comportam como se fossem viver para sempre então fica mais fácil suportar a morte sem pensar muito nela.

  A morte passa a ser uma coisa que acontece aos outros...
  Quando morre alguém próximo ou o próprio indivíduo passa por uma situação de alto risco, isso o abala por alguns dias, mas logo vem o esquecimento.

  Eu penso na morte.

  É realmente um pensamento muito difícil, saber que hoje por N motivos pode ser o último dia de minha vida.
  Um assalto, atropelamento, acidente com a moto, infarto fulminante...

  Hoje posso ser picado por um simples mosquito e em poucas semanas estar morto por febre amarela, dengue hemorrágica, gripe H1N1...

  Não fico fazendo projeções otimistas ou pessimistas, apenas não ignoro as possibilidades.
  Evito áreas de risco, dirijo com cuidado, tomo vacinas.
  Não pedi pra nascer, mas já que estou aqui tento viver bem e por mais tempo possível.

  Eu particularmente aposto na aniquilação, mas tudo é tão confuso ... acredito que existe formas de vida diferenciadas da nossa, mas não sei se passaremos por essa transformação.
  Um chimpanzé pode acreditar que um dia se transformará em humano ... sabemos que isso não acontecerá.



   Uso meu tempo tentando viver melhor.
   Não fico me esforçando para "descobrir" se existe algum “céu”.

  Se morrer hoje não tenho nenhum filho não reconhecido, não deixo dividas, deixo recursos para o funeral (quero doar todos os órgãos e ser cremado), minha esposa financeiramente não terá grandes dificuldades para criar as meninas.

  Para as meninas deixo todos os meus textos, elas sempre saberão o que o pai pensou a respeito de tudo, elas sempre poderão conversar com esse morto que voz escreve e terão minhas orientações a respeito de tudo.

  Se elas desenvolverem uma maneira lógica de pensar e tiverem um pouquinho de sorte terão grande probabilidade de uma vida longa, próspera e muito satisfatória.

  Espero que as pessoas não chorem por mim, todos sabem como gosto de músicas e sorrisos.

  Nascem tantas pessoas todos os dias e quando eu nasci fui só mais um número.

  Morrem tantas pessoas todos os dias e quando eu morrer serei só mais um número.

  Dos números eu vim para os números voltarei.

  Nessa minha trajetória montei muitas equações, decifrei muitos enigmas, levantei duvidas que valeram uma vida, a MINHA VIDA.

  Não há surpresas ou decepções, desde o começo sei que inevitavelmente serei devorado, apenas vou ganhando tempo.

  O fim sempre está próximo, mas não aqui, não agora, amanhã talvez.

  Hoje está um belo dia para VIVER!

 CARPE DIEM!



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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Caso USP





 
  “As Faculdades de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP em 2009 fizeram uma passeata com cerca de 3000 pessoas pedindo que a PM não patrulhasse dentro do campus porque a “USP não pode ficar encastelada por forças repressoras”. 
 (Veja SP)





“Estudantes pedem permanência da PM na USP
  Ato reuniu 300 alunos na Praça do Relógio.   
  Enquanto isso, manifestantes contrários à presença da polícia faziam assembleia regada a maconha a duas quadras, no prédio de História.”
[Veja SP, Novembro de 2011]



  Não podemos generalizar que toda USP quer a PM fora do campus.
  Mas vejam que pelo menos em termos de manifestações há uma “cultura” contra o policiamento.

  Porque será que os alunos não querem o patrulhamento da PM?

1 -  Parte da resposta é que nossas Universidades são “culturalmente” Comunistas (Socialistas, Esquerdistas).

  Consideram a Policia Militar coisa da “direita opressora.”

  Não que eu consiga entender isso.
  Cuba, China e Coréia do Norte são nações “esquerdistas”.
  Tem polícia e (segundo sabemos) com uma atuação muito mais dura que a polícia no Brasil.
  A polícia em Cuba não é basicamente formada por militares!?
  Fidel sempre que pode está com farda militar.
  
2 -  Os estudantes querem é liberdade para usarem drogas em paz, sem nenhum policial por perto para “reprimir”.

  Acredito que a grande maioria dos estudantes não usam drogas, mas os que não usam são solidários aos que usam.
  Logo, na pratica a esmagadora maioria na USP, por militância ou omissão, é contra a PM no campus.


  Alguém consegue imaginar alguma outra justificativa para os estudantes serem contra o patrulhamento da PM?

  Pode me enviar um comentário que eu democraticamente insiro nesse texto.

  Enquanto isso...

  Já me mandaram para muitos lugares os quais prefiro não comentar… 😏

  Um dos lugares que já me mandaram várias vezes foi fazer Faculdade de Filosofia.

  Claro que já me interessei por isso, mas para um Centro Direita igual eu fazer Filosofia no Brasil é uma tortura insuportável.

  Se fosse nos Estados Unidos ou Inglaterra talvez fosse interessante, mas a maior parte da minha juventude foi difícil até trazer o que comer para casa que dirá um intercâmbio cultural no exterior.

  Vejam essa situação.
  Uma das mais renomadas universidades do Brasil formando filósofos que encontram justificativas para a PM não policiar dentro do campus alegando uma ação opressora por parte da polícia.

  Os estudantes querem liberdade talvez para invadir a reitoria a hora que bem entenderem!?

  Acho difícil um PM bater, prender ou torturar um estudante por ele estar com uma camiseta do Che Guevara.
  Mas sabem como é, onde tem consumo tem fornecedor.
  Traficar drogas dá cadeia...

  O “esquerdismo” nas universidades não se limita as Federais ou Estaduais.

  Quando estudei na PUCC dois professores eram padres, um casou e não podia mais celebrar missas, mas continuava dar aulas.

  Achei incrível que mesmo o Vaticano não dando apoio a Teologia da Libertação esses padres eram admiradores dessa ideologia e a defendiam abertamente nas aulas com a simpatia máxima dos alunos. 

  Lembro que a Ford estava trazendo robôs para sua linha de produção e o padre falava que era tudo “embromação capitalista para desvalorizar o trabalhador.”

  Disse ao professor que os robôs faziam serviços insalubres.
  Os robôs evidentemente eram fabricados, precisavam de manutenção de forma que um serviço insalubre era substituído por um de maior qualificação, os trabalhadores precisariam estudar cada vez mais o que era muito bom.

  Derrubei a “pregação” que o “capitalismo” quer uma nação de analfabetos.
  Muito pelo contrário o trabalho iria ser menos braçal e cada vez mais mental.

  O professor "explicou" que eu já tinha sofrido lavagem cerebral e estava dizendo exatamente o que o “imperialismo” queria que eu dissesse...

   Mas a pergunta que nunca sai da minha cabeça é a seguinte:

 
  Um estudante que passa 4 anos ou mais consumindo maconha, ecstasy e outras drogas magicamente para depois de formado?
  E quem é conivente com o uso deixa de ser?


  Me parece que o uso de drogas é tão difundido em nossa sociedade que seria melhor tentar alguma regulamentação menos hipócrita...






  "Universitários usam mais drogas.
  Pesquisas revelam que alunos de curso superior consomem muito mais drogas do que a população em geral — o que derruba por terra o mito acadêmico de que a informação é o melhor método de prevenção."
  (Jornal Opção)






  Meditação complementar:


  “A polícia militar é uma instituição perversa, que atua dentro dos marcos do autoritarismo que caracteriza a constituição do conservadorismo (neoliberalismo) brasileiro.”

  Chamar qualquer polícia de qualquer país de repressora e de direita é uma redundância.

 Repense





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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Dor Social

   “Os maus atos não doem por serem proibidos, mas são proibidos por doerem.”
 [Benjamin Franklin]

   Esse pensamento ficou fascinante em minha mente porque me sugeriu dois tipos de dores diferentes, social e individual.

  


 1 - Dor Social.
 
   Franklin fala da dor social, aquela que fundamenta nossas leis.
   Algo que não dói nada em mim (dor individual) pode doer muito em outro ou em outros então vem a proibição.

  Exemplo:
  Um político ou servidor público desvia para o próprio bolso 200 mil.
  É uma quantia razoável, não dá pra ficar rico, mas dá uma turbinada na vida econômica.
  Em geral não acontece uma dor individual para o servidor.
  Ele só pensa no prazer que essa grana vai possibilitar.
  Remorso?
  Se o cidadão tivesse esse tipo de consciência NÃO praticaria o crime.
  Por isso me causa risos quando alguém apela para a consciência do bandido ou político corrupto.

  Você acha mesmo que o marginal que roubou seu celular não dorme a noite pelo sentimento de culpa de ter tirado de você algo precioso/importante!?

  Um roubo ou desvio de verba não dói porque é proibido; dói “socialmente” porque atrapalha a vida de muitos em proveito de poucos, não conseguimos observar JUSTIÇA.

2 - Dor Individual.

  É aquela que dói em nós independente da coletividade.
  Em uma festa no geral todos estão bem, mas “eu” estou com dor de dente (só um exemplo).
  Todos estão se sentido seguros, mas “eu” tive o celular roubado.

  A dor individual não tem o mesmo peso para todos.
  Exemplo:
  Ninguém gosta de levar fora de uma pessoa que ainda está a fim.
  A maioria lida “satisfatoriamente” com essa dor.
  Mas tem os que entram em forte depressão até os que planejam e praticam assassinato.
  “Se ela não é minha não será de ninguém.”
     (Outro dia público um texto sobre isso)

  A “proibição” também não tem o mesmo peso para todos.

  Tem pessoas que dizem que o proibido é mais gostoso.

  O indivíduo sente prazer em correr riscos.
  Vemos isso em “marginais da classe média”.
  O cidadão com recursos próprios ou da família poderia adquirir determinado bem, mas “roubar é mais gostoso”.
  (A tal “adrenalina”)

  Diversificando o entendimento...

  Para muitos a “traição sexual” é mais excitante justamente pelo risco que oferece.
  É um jogo, o prêmio máximo é não ser descoberto.
  O sexo em si é só um bônus...

  Ser humano é complicado, não escolhemos o que sentir.

  Qual a “graça” de uma montanha russa?
  Ninguém entra nesse “brinquedo” acreditando que o carrinho vai sair fora dos trilhos, mas a possibilidade que isso aconteça “emociona”.
  Passa a ser um desafio, um teste de coragem...

  Amarrando ao texto anterior, vou finalizar meditando sobre pecado.

  Peguemos algo proibido em qualquer sociedade ou religião, o assassinato.

  Não consigo pensar em ninguém que eu tenha vontade de matar, mas vamos supor que eu tivesse um grande desafeto, alguém que me provocou uma dor terrível.
  Mata-lo iria me dar prazer (nem que fosse o da vingança), no geral não sentiria dor ou remorso, pelo contrário, ser proibido matar seria até desagradável caso eu viesse a ser preso.

  Saindo dos dogmas religiosos nos aproximamos de uma boa definição do que seria pecado.

  Roubo, estupro, assassinato, são atos que provocam muita dor então devem ser proibidos, são “pecados”.

  Mas analisemos outras coisas consideradas pecado:

 Porque é pecado uma mulher andar com a cabeça descoberta?
  Porque é pecado mulher dirigir um culto ou missa?
  Porque é pecado eu frequentar praia de nudismo?
  Porque é pecado eu participar de jogo de azar?

  O excesso de qualquer coisa pode ser prejudicial a minha vida ou a meu corpo então pecar contra eu mesmo deve ser evitado, mas se estou obtendo prazer e não estou prejudicando ninguém nem eu mesmo, não sei porque uma atividade deve ser proibida ou pecaminosa.

  Eu acho a luta de boxe ou UFC uma selvageria, mas nunca proibiria.
  O indivíduo sabe as regras, não é obrigado a lutar, “o prazer em lutar supera a dor” então…lute!



  Vejam o caso do homossexualismo, não dá para uma religião séria defender esse tipo de ato, implicaria em admitir que Deus errou no corpo da pessoa.

  A lógica também nos diz que não faz sentido um homem sentir atração sexual por outro homem, logo pela lei de Deus e pelo uso da razão a pratica do homossexualismo deveria ser proibida.

  No campo religioso não há o que discutir, dogma é dogma e pronto, Deus é perfeito e só faz coisas perfeitas e pronto.
  Se o homem se desviou é culpa dele próprio e do Demo.

 A lógica nos permite andar mais algumas casas depois da virgula, então vamos nós!

 Em que um casal gay prejudica a sociedade!?

  Se os lutadores de boxe de comum acordo decidem se engalfinhar penso que é sensato de nossa parte aceitar.

  Se dois homens ou duas mulheres de comum acordo decidem viver como um casal me parece que deveremos seguir a lógica estabelecida para o boxe.

  Nunca estimularia minhas filhas a seguirem um esporte tão selvagem como essas lutas.

  Caso uma delas decida seguir eu lamentarei muito, mas se for uma escolha delas mesmo a contra gosto terei que aceitar.
   Confesso que não daria o menor apoio nem passaria a achar o boxe menos selvagem só porque minha filha aderiu a esse esporte.

  Enfim.

  Se a homossexualidade for um “pecado divino” que “Deus” os mande para o inferno.
  Não há nada que possamos fazer a respeito, não temos poder para evitar a danação eterna.

  Já no campo da LÓGICA se são cidadãos de bem, cumpridores da lei, não estão prejudicando ninguém então seria um grande desperdício de ENERGIA SOCIAL ficarmos os perseguindo.

  Não sou hipócrita, se minha filha se declarasse lésbica iria ser um dia muito triste, não teria o menor orgulho da opção sexual dela, não sairia por aí alardeando para amigos.
  Se um amigo perguntasse eu diria a verdade e reclamaria de mais esta situação desagradável em minha vida.
  No entanto minhas filhas sempre seriam bem recebidas sem nenhuma falsidade de minha parte, se o prazer delas é esse e não estão fazendo mal a ninguém …

  Tirando a “religiosidade” da palavra pecado ficaria algo assim:

 Gravíssimo - fazer mal aos outros por vontade própria.
  (Roubar, assassinar, estuprar, corrupção...)

 Grave – fazer mal a si mesmo.
 (Excesso de bebidas, drogas, gula, sedentarismo...)
 
  “Os maus atos não doem por serem proibidos, mas são proibidos por doerem.”

  Para decidirmos até que ponto deve ir uma permissão ou proibição é preciso análise profunda de todas as dores envolvidas.


  Essa lógica entra em sua mente?






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