sábado, 4 de julho de 2015

Bolsa Faculdade para Ricos

  “Fórum das Seis segue atuando para reajustar o percentual do ICMS repassado às universidades paulistas, congelado há quase 20 anos.”
[Jornal do Sindicato]

  Essa manchete como está estruturada passa a pessoa menos esclarecida uma sensação de tragédia.


  Li a matéria e a sensação de tragédia permanece o que me leva a deduzir que a intenção do jornal sindical foi essa mesma.

  O que é o Fórum das Seis?

  Na pratica é uma união de sindicatos onde combinam suas pautas.
   Constituído pela Adunesp, Adunicamp, Adusp, Sintunesp, STU e Sintusp.

Adunesp - Fundada em 1976, a Adunesp Seção Sindical tem como base os docentes e pesquisadores vinculados à Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Unesp.

Adunicamp - Criada em 1977, atua como um Sindicato dos funcionários da Unicamp.

Adusp - Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo, foi fundada em outubro de 1976. 
  Articula-se com o movimento social organizado em defesa dos direitos trabalhistas juntamente com a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes, hoje sindicato nacional), que nasceu da aglutinação de diversas associações de docentes criadas nos anos 1970.

Sintunesp – Sindicato dos trabalhadores da UNESP.

STU – Sindicato dos trabalhadores da UNICAMP

Sintusp – Sindicato dos trabalhadores da USP



“Repasse percentual as universidades paulistas congelado há quase 20 anos.”

  O leitor/eleitor pensa:

😠“Que sacanagem, que absurdo, maldito Governo, maldito Governador.”

  A eficiência manipuladora dessa manchete é que não há mentira nela.
  O problema é que muita gente não domina bem o conceito de porcentagem.
  Outros leem sem muito cuidado e nem reparam na palavra "percentual"

  Na mente do cidadão fica:

  REPASSE A UNIVERSIDADES CONGELADO HÁ QUASE 20 ANOS.

  Como conheço bem porcentagem e presto atenção no que leio minha análise dessa notícia não provoca nenhuma emoção.
  Porcentagem "congelada" não tem nada a ver com verbas ou repasses congelados.

  Na igreja a porcentagem da sua oferta está congelada há séculos.
  Um dízimo é o mesmo que 10% .
  Seu salário sobe a quantidade de dinheiro entregue a igreja sobe.
  Se se sua renda cai a quantidade cai.

Exemplo:
  Você ganha 1000 reais, se der 10% para igreja são 100 Reais.
  Se passa a ganhar 800; 10% são 80 reais.
  Se ganha 1500; 10% são 150 reais

  Entendeu?
  O percentual está congelado em 10%, mas o repasse a igreja não, esta variando de acordo com sua renda.

  Vamos supor que a igreja decida cobrar 11% ... se você concordar tudo bem.
  Mas o valor compromete uma parte maior da sua renda.

800 pagando 11% = 88
1000 
pagando 11% = 110
1500 pagando 11% = 165


  A quantidade de recursos que nós enquanto sociedade decidimos repassar às universidades é de 9,5% da arrecadação do ICMS, quase um dízimo entregue às Universidades.

  As universidades têm que se adequar ao que estamos dispostos a ceder do dinheiro dos impostos a elas.
  Em 20 anos a arrecadação do ICMS aumentou e as Universidades receberam a parte que lhes cabe.
  SE INSISTEM EM GASTAR MAIS DO QUE RECEBEM...há uma grande falha administrativa.

  Entenda que cada aluno da USP tem um custo e quem paga essa conta é também você que não fez faculdade e não tem no momento nenhum filho matriculado em universidade pública.

  Eu por exemplo tinha que trabalhar de manhã, a faculdade que eu pude frequentar foi a PUC e pagava mensalidade bem alta.
  O aluno da Unicamp ou USP ficaram com parte dos impostos que eu pagava.
  É o dinheiro de TODOS pagando o estudo de poucos e muitos desses poucos nem precisam dessa BOLSA FACULDADE.

  Os sindicatos querem obrigar a todos nós a pagarmos mais, você concorda com isso?
  Descongelar o "percentual" de forma que uma parcela maior dos impostos vá para as Universidades.

  Porque o sindicato não coloca na pauta que os alunos que podem pagar PAGUEM?
  É uma questão ideológica, para eles a Universidade deve ser gratuita independente da renda e não se fala mais nisso.
  É tipo um "dogma" da esquerda.

  Porque as universidades brasileiras não fazem parcerias com a iniciativa privada onde possam ganhar algum dinheiro como tantas universidades pelo mundo fazem?
  Outro problema ideológico, para esquerda empresa privada é abominação, algo que espalha sujeira por onde passa.
   Nossas Universidades não podem ser contaminadas, “educação não é mercadoria”.
  (Não sei porque professores cobram para ensinar, deveria ser trabalho voluntario com alguma ajuda de custo.😊)


  “Na UNICAMP em 2006, a gestão do reitor José Tadeu Jorge enfrentou críticas por parte de segmentos expressivos dos movimentos estudantis e de funcionários, os quais criticam as parcerias feitas entre a Universidade e órgãos privados.
  Segundo eles, essas parcerias gradualmente afastariam a Unicamp de suas funções como universidade pública, tornando-a um instrumento que atendesse as necessidades do mercado.
  A reitoria afirma que essas parcerias são necessárias para aumentar os investimentos, uma vez que as verbas públicas não atendem suficientemente seus objetivos; e aproximar a Unicamp da sociedade, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.”
 [Wikipédia]

  Precisa dizer mais alguma coisa?
  Formamos universitários que tem horror ao Mercado, horror ao Capitalismo.
  Se a Nestlé propor uma parceria com a área de nutrição da Unicamp tem pouquíssimas chances de dar certo a não ser que a Nestlé coloque dinheiro na Universidade a fundo perdido, sem esperar absolutamente nada em troca, nem uma faixa de agradecimento... isso seria propaganda da “nojenta” empresa privada.
  Se a Bosch quiser tocar um projeto rentável com os alunos de engenharia, não pode.
  Qualquer coisa que almeje algum LUCRO contamina a Universidade com asquerosos pensamentos "neoliberais".


   Por esses dias li um post convidando pessoas a fazer pós graduação em “administração” na USP.
  Ri muito, entendam porque...

  “Um comunicado divulgado pelo reitor Marco Antonio Zago para os professores da Universidade de São Paulo expõe o complicado momento financeiro que a ​​instituição vive nos últimos anos. 
  Seguindo o ritmo do aumento da dívida, a faculdade deverá fechar o ano de 2014 com um déficit de R$ 1 bilhão. 
  O excesso na contratação de funcionários, reestruturação de carreira e aumento com benefícios são apontados como os grandes vilões da USP.”
  Os caras não administram bem nem a própria entidade.
  (É algo como Bolsonaro dando aula de diplomacia.)

  E quais seriam os tópicos?
  Como produzir pouco e sugar o máximo da sociedade?
  Como ajudar os ricos a estudar de graça?
  Como ignorar as leis de Mercado e tentar implantar o Socialismo?

  Tô fora, melhor fazer um curso a distância em Harvard aprendemos muito mais e ainda melhoramos nosso inglês.


  Você admira esses sindicatos socialistas e quer pagar as universidades mais que 9,5% do ICMS?

  Entenda que esse dinheiro vai ser tirado de outro lugar, não tem mágica.

  Para aumentar o percentual dado as universidades o percentual dado ao Ensino Fundamental (só um exemplo) vai abaixar.

  Há muito mais pobres nos primeiros anos escolares que no ensino superior.

 

     Medicina da USP tem 42% de novatos com renda familiar acima de R$ 10 mil.
  “Levantamento feito pelo G1 com dados divulgados  pela Fuvest comparou o perfil dos calouros da USP de acordo com questionário respondido por todos os candidatos no momento da inscrição no vestibular.
  O curso de psicologia tem 31,4% de seus calouros de famílias com renda superior a R$ 10,9 mil mensais. 
  O índice é de 30% na engenharia civil de São Carlos, 25% da medicina de Ribeirão Preto e 20% no curso de audiovisual.
  Nelas, há também um número menor de candidatos de baixa renda. 
  Enquanto na universidade, 19,9% dos ingressantes têm renda familiar de até 3 salários-mínimos. 
  Entre os mais desejados, o maior percentual de alunos nessa faixa de renda entrou em jornalismo (16,6%). 
  Na engenharia civil de São Carlos, 5% dos calouros são de família com rendimento de até R$ 2.172.
  Dos 300 calouros de medicina em São Paulo, apenas 6,4% eram de família com renda familiar de até três salários-mínimos.”
[G1] (2015)





  Proponho que no ato da inscrição os dados econômicos da família do aluno devem ser considerados.
  Rendimento do pai, da mãe e do próprio aluno caso ele trabalhe.
  Seria desenvolvida uma tabela com 5 estágios de cobrança de acordo com a situação econômica.
  Iria da isenção até o pagamento integral.
  E nada de cotas, estamos em 2015, quem quer estudar estuda.
  O tempo que o pobre fica desperdiçando com piadas e pornografia na Internet que use para fazer simulados, participar de vídeo aulas, montar grupos de estudo...

  Todas essas entidades e ONGs que se preocupam com a educação poderiam criar espaços que atendessem os mais pobres.
  Aulas de reforço para alunos de baixa renda. 

  Mas tudo que querem são mais verbas distribuídas por critérios puramente ideológicos.
  Se pelo menos fossem ideologias eficientes, mas só persistem no que historicamente não deu certo.



  



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