sábado, 17 de setembro de 2016

Soldado do Pensamento


“Sem competição, ainda seríamos organismos unicelulares.” 

[Dr. House]



  “Uma proposta básica de muitas ideologias é acabar com a competição, “acabar com a luta de classes”.
   A fraternidade seria irrestrita e ilimitada, afinal "somos todos irmãos."😊

  Poucos sabem, mas até 1940 os Estados Unidos não era potência militar.
  O Capitalismo de boa qualidade os levou a ser grande potência econômica, mas seus gastos com forças armadas eram modestos.
  Os estadunidenses não viam sentido em gastar dinheiro com guerras.
  Quando você ouve falar que empresas americanas ajudaram tecnologicamente outros exércitos entenda que foram empresas americanas, não o governo americano.
  As empresas se interessavam em ter lucros, o governo em arrecadar impostos.
  Se a IBM fechou contrato para fornecer algum equipamento ao exército alemão ... foi a IBM, uma empresa privada, tinha liberdade econômica para fazer isso.

  Hitler tinha desprezo pelos americanos (não só por eles claro) calculava que seria fácil subjuga-los justamente porque não se preparavam para algum confronto.
  Isso mudou com o ataque japonês a Pearl Harbor.
  Os americanos se armaram tão rapidamente que surpreendeu todos os poderosos da época.

  O problema é que com a vitória sobre Hitler os americanos pegaram um certo gosto pela guerra, sua indústria bélica não parou de crescer.

  O que aconteceu no Vietnã?

  O congresso americano insanamente quis criar um grande constrangimento para o presidente em exercício, parou de liberar verbas.
  Tiveram o apoio de boa parte da população que se comoveu com imagens e relatos vindos do front.

  O bom senso sugeria liquidar a fatura no Vietnã, vencer mais essa guerra e depois questionar os altos gastos do exército e a perda de tantas vidas.
  Infelizmente a lógica não predominou, deu no que deu um grande fiasco histórico. 

  O que tudo isso tem a ver com atletismo/esporte?

  Desculpe, me empolguei, saí do rumo, vamos voltar.

  Hitler sediou uma olimpíada na Alemanha (1936), investiu muito em esportes, sua intenção era mostrar ao mundo "cientificamente" a superioridade da raça ariana.
  Observem que antes da guerra com armas, geralmente vem a guerra ideológica.
  Quem pode investiu pesado no esporte para melar a propaganda nazista. 


  Com as guerras se tornando tão altamente destrutivas e muitos países com tecnologia nuclear os confrontos bélicos passaram a ser evitados, surgiu o termo “guerra fria”. 

  Quando surgiu o impasse armamentício (Estados Unidos/URSS) o jeito encontrado pelos regimes de mostrar superioridade foi a de se promoverem através das mais diversas disputas. 
  De jogo de xadrez, passando por atletismo, culminando com corrida tecnológica.

  Os países competiam entre si, mas a atenção principal estava voltada para os “blocos”.   
  Capitalismo capitaneado por USA, Inglaterra e nações semelhantes. 
  Socialismo capitaneado por Rússia, Alemanha Oriental e nações semelhantes.

  Sem dúvida as grandes potências se enfrentarem em jogos de xadrez, futebol ou em disputas de atletismo é bem melhor que partirem para guerra.

  Para mim uma coisa é bem clara.
  Competir faz parte da nossa natureza.
  Os governos são reflexos de nós mesmos.
  Guerras são a forma bárbara de um povo mostrar que é melhor que o outro.
  O esporte é uma forma civilizada de dar vazão aos nossos instintos sem partir para guerra. 

  Não sou imune a competição, evidente que escolho um lado para apoiar de acordo com o que me interessa.

  Não acompanho esportes, jogos, não é área do meu interesse.
  Não gosto de violência, abomino guerras.
  Sou um soldado do pensamento.

   Existe uma competição ideológica. (Entre tantas)

  Um lado defende que todos somos iguais ou devemos tentar ser.
  O outro defende que não somos iguais e nem devemos tentar ser.
  Um lado é contra a competição justamente porque ela evidencia as diferenças.
  Se desejamos eliminar ou diminuir as diferenças devemos desestimular a competição.
  Para efeitos didáticos vou chamar esse grupo de “todos iguais”

  O outro lado defende a competição justamente para evidenciar no que somos diferentes, descobrirmos nossas habilidades ou falta delas.
  Vou chamar esse grupo de “que vença o melhor”. 

  Entendo o grupo dos todos iguais.
  Vamos a uma ilustração.
  Você tem 3 filhos e lhes dá 3 celulares exatamente iguais.
  Não tem porque um pegar o celular do outro, não tem porque um se sentir injustiçado.
  Não tem disputa, não tem briga, não tem guerra.
  "Se" nascemos todos iguais e construímos uma sociedade “igualitária” onde todos tem as mesmas coisas, não tem disputa, não tem injustiça, não tem guerra.

  O enigma a ser decifrado é óbvio:

   Nascemos todos iguais?



    Depois continuamos...


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